No que creio e tento viver.

Entendo que a verdadeira rendenção espiritual não tem entre os seus agraciados aquelas pessoas que posam de santas e moralmente irrepreensíveis, tampouco aquelas que investem a sua vida em defender a doutrina melhor fundamentada em escritos ancestrais... vejo que ela é alcançada pelo pecador arrependido que, por assim se reconhecer e ciente de sua limitação, ousa não mais negociar com Deus o Seu favor mediante seus esforços pessoais mas, em um passo de fé, acredita na bondade intrínseca de seu Ser e nos méritos do Cristo crucificado e ressurreto respondendo à essa fé com uma nova postura, voltada à Deus e ao próximo sem fanatismos, dando assim sabor à sua vida e a dos que estão à seu redor neste mundo. E tudo isso é possível exclusivamente pela Graça de Deus, fruto de Seu amor por nós.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Evangelho puro e simples.

Muito se fala desse assunto nas rodas evangélicas. O desejo de muitos é viver um evangelho sem amarras, a margem das interpretações institucionais, mas na verdade -cansados do medo e culpa introjetados nas doutrinas e costumes religiosos- querem uma licença para a permissividade irracional... não desejam aplicarem-se a aprenderem que liberdade começa com uma consciência sadia e pressupõe responsabilidade e compromisso.

O desejo é sair da tutela de um sacerdote e colocarem-se sob outro que lhes permita ter liberdade sem consciência. Igualzinho a falácia do sonho da "igreja" voltar a ser como a "igreja primitiva". Esquecem-se que essa fase inicial da igreja foi feita da semeadura de corpos mutilados nas arenas e regado com a lágrimas e o sangue dos mártires da igreja.

E tudo isso porque a consciência desses lhes dava a convicção da mensagem da cruz, a ponto de valer a pena morrer por ela. E essa geração atual, está disposta a dar a vida pela mensagem? Pois conhecço muitos que dão a vida pela instituição, mas não pelo Evangelho.

Nessa carne (nem na outra!) conseguiremos reproduzir esse tal de "evangelho puro e simples" como um corpo doutrinário para usufruto coletivo, visto que as experiências que o compõe são pessoais e irreproduzíveis. E o que é esse "evangelho puro e simples"?
 
Para responder a essa pergunta, parto do mesmo principio do Evangelho sobre o que seja pecado... sabendo o que seja pecado para mim segundo minha consciência, que é submissa a minha contemporaneidade, também reconheço na mensagem do Evangelho princípios de vida eternos que aplico com a com a simplicidade que lhe é peculiar, sabendo que toda compreensão que tenho sobre isso serve para mim e meu momento histórico.

 
Portanto entendo que o “evangelho puro e simples” seja a aplicação desses princípios eternos à minha existência, aplicada ao meu contexto e histórico pessoais.

 
Isso não me torna um ser egoísta, mas desperta a minha consciência da mutualidade a que fomos por Cristo chamados a viver como Igreja. Percebo que a medida em que reparto minhas experiências nessa caminhada pessoal rumo a eternidade, ajudo outros a prosseguirem e terem suas próprias experiências. E igualmente tenho discernimentos a partir da vida de meu irmão, sendo incentivado a aprofundar-me no conhecimento e na experimentação da boa, perfeita e agradável vontade de Deus, transformando minha vida em um culto racional.

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