questão apresentada em um fórum de debates:
Eu tenho uma amiga. Ela é muito querida, amavel. mas tem um problema: ela é bissexual! mas ela é evangélica e nao gosta desse 'problema' q ela 'possue'.
Numa de nossas conversas, ela me contou o q ela pensava disso, ela me disse q sabe q isso é errado, mas jah fez de tudo, mas nao dah.
Eu disse a ela:
-Mas vc jah orou pra q DEUS tirar isso do seu coração?
Ela me disse:
-Jah, varias vezes, mas parece q nao adianta.. pois lah na minha sala, tem 2 meninas com o mesmo "problema".
Mas, esses dias ela pegou num lugar "chamativo" do meu corpo. eu contei pra minha mãe, mas ela diz o q eu nao aceito. ela me diz para me afastar de pessoas assim, mas eu tenho medo de magoar ela, de nao poder ajudá-la..
Por favor, o q eu faço? queria ajudá-la, jah disse muito sobre "modelar o coração", mas ela diz q nao adianta..
mas nao quero me afastar dela..
???
Minha resposta:
Existem casos de comportamento sexual fora dos padrões apresentados na bíblia que são resultado do incitamento por parte de espíritos malignos. Outros casos são decorrentes de traumas emocionais ocorridos em algum momento da vida. Outros ainda, são patologias humanas provocadas pelo pecado original. E, ainda que muitos crentes acreditem que seja uma "desculpa" conveniente para uma suposta "permanência no pecado", pode haver a possibilidade de ser uma manifestação de origem genética, embora haja na ciência correntes contra e a favor dessa suposição vir a ser verdadeira. Ou pode também ser motivado por uma mistura de algumas ou de todas essas coisas.
Independente do fato motivador desse comportamento, é certo que sob a ótica da Palavra que os comportamentos sexuais que apresentam manifestações diversas àquela que a bíblia apresenta como corretas são considerados pecado. Há de se observar que a neura evangélica sobre assuntos relacionados à sexualidade humana levam os crentes a considerar os pecados de origem sexual mais graves que outros. Isso nada tem de base bíblica. A única realidade espiritual é que pecado não tem escala de tamanho independente de sua origem essencial. Veja:
Coríntios 6:10:
10 Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
Gálatas 5:19-21:
19 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia,
20 Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21 Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Claramente o comportamento sexual que diverge da conduta recomendada pela Bíblia, é por esta classificada como pecado, assim como (isto é, no mesmo nível de) a avareza, a idolatria, a fofoca, o roubo, o engano e os outros elencados nas duas passagens acima apresentados. Ou seja: para Deus não é surpresa alguma para Ele que ela aja assim, pois pecadora ela é, assim como eu, você, quem me lê agora. A diferença é onde está o nosso “calcanhar de Aquiles”. Para uns é o sexo, para outros é a grana, outros ainda o poder. E para Deus é tudo a mesma coisa!
Isso posto, gostaria de refletir um pouco sobre sua postagem inicial.
Me parece pelo teor apresentado que você e sua amiga devem ser adolescentes, talvez pela casa dos 15 anos. E sobre essa percepção que me atrevo a discorrer sobre o assunto.
É bom que em você ela possa encontrar uma amiga nessa época da vida. Infelizmente na igreja é muito freqüente que sejamos envolvidos pelo sentimento de pertencimento que o grupo gera quando nos dispomos a seguir o código de conduta adotado pelo grupo. E isso é bom, faz bem para nossa auto-estima. Mas uma amizade é mais que “pertencer ao mesmo time”: significa que estamos dispostos a em um relacionamento aceitar o outro baseado na solidariedade, no respeito à individualidade e na disposição para ajudar e socorrer quando necessário.
Creio que o fato dela ter te tocado de uma maneira que a deixou desconfortável, passando do seu limite pessoal para perceber a diferença de uma troca de toques de amizade (um abraço, um beijo, um aperto de mão, por exemplo) e um toque com motivações sexuais, pode demonstrar que ela está confundindo amizade com prazer. Ela pode estar “apaixonada” por você, confundindo “alhos com bugalhos”.
Como ela é sua amiga, você deve saber da vida e da família dela. Como ela foi criada? Sua estrutura familiar é sólida? Tem mãe? Como é a relação dela com a mãe? Sofreu abusos quando criança? É uma pessoa pessimista com tudo? Há períodos que ela vai de uma euforia contagiante à uma depressão mórbida? Isso são sinais que ela vem dando, pedindo ajuda sem saber a quem à volta dela está.
Nesse momento cortar abruptamente o contato com ela pode ocasionar um mau maior. É preciso que você seja firme conversando com ela com amor e toda franqueza dizendo que não gostou de ser “tocada” daquela maneira; que o que você sente por ela é amizade e sentimento de irmandade em Cristo; que está ali para ajudá-la e não acusá-la e por fim que será obrigada a afastar-se dela se ela não respeitar os limites que você mesmo impuser como parâmetro da amizade entre vocês nesse momento.
Seria bom como atitude prática no sentido de ajudá-la, além das orações e estudo da Palavra (lembre-se, a Verdade liberta...), tentar conseguir algum apoio psicológico nesse momento da vida dela. Nada desses impiedosos modelos de tratamento psicorreligioso de “cura gay”. É para que ela identifique os motivos por se sentir atraída por ambos os sexos na busca de prazer e com isso poder readequar seu comportamento naquilo que entenda ser o melhor para ela, à luz da Verdade.
O fato dela afirmar que conhece no seu circulo de relacionamento mais duas garotas que tem a mesma atual afinidade sexual dela, demonstra que essas coisas ocorrem com mais freqüência que se imagina, talvez agora mais intensamente pela sociedade mais permissiva que vivemos. O importante é que ela discirna o porquê dela ter esse tipo de sexualidade e identificar meios de restaurar em si o que a bíblia considera como sendo uma sexualidade sadia. Sem as neuras eclesiásticas, por favor!
Acredito que isso é só uma fase da vida de sua amiga, onde a típica fase de indefinições da adolescência (não se é criança para ser tutelada, mas também não se é adulto para decidir com convicção os rumos de sua vida) está sendo mais intensa na sexualidade dela. Para que ela seja pacificada (já que você diz que ela é convertida) lembre-a que a Graça de Deus basta-lhe suficientemente. O pecado que hoje a assedia e que a faz sentir-se mal já foi perdoado por Jesus, pois Ele sabe quem ela é e Ele a quer assim mesmo para curá-la e mostrar à ela Seu imenso amor. É para isso que o evangelho existe: para anunciar as Boas-Novas, que em Cristo a humanidade pode gozar da reconciliação com Deus. Basta crer e descansar.
Paz!
No que creio e tento viver.
Entendo que a verdadeira rendenção espiritual não tem entre os seus agraciados aquelas pessoas que posam de santas e moralmente irrepreensíveis, tampouco aquelas que investem a sua vida em defender a doutrina melhor fundamentada em escritos ancestrais... vejo que ela é alcançada pelo pecador arrependido que, por assim se reconhecer e ciente de sua limitação, ousa não mais negociar com Deus o Seu favor mediante seus esforços pessoais mas, em um passo de fé, acredita na bondade intrínseca de seu Ser e nos méritos do Cristo crucificado e ressurreto respondendo à essa fé com uma nova postura, voltada à Deus e ao próximo sem fanatismos, dando assim sabor à sua vida e a dos que estão à seu redor neste mundo. E tudo isso é possível exclusivamente pela Graça de Deus, fruto de Seu amor por nós.
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