No que creio e tento viver.
Entendo que a verdadeira rendenção espiritual não tem entre os seus agraciados aquelas pessoas que posam de santas e moralmente irrepreensíveis, tampouco aquelas que investem a sua vida em defender a doutrina melhor fundamentada em escritos ancestrais... vejo que ela é alcançada pelo pecador arrependido que, por assim se reconhecer e ciente de sua limitação, ousa não mais negociar com Deus o Seu favor mediante seus esforços pessoais mas, em um passo de fé, acredita na bondade intrínseca de seu Ser e nos méritos do Cristo crucificado e ressurreto respondendo à essa fé com uma nova postura, voltada à Deus e ao próximo sem fanatismos, dando assim sabor à sua vida e a dos que estão à seu redor neste mundo. E tudo isso é possível exclusivamente pela Graça de Deus, fruto de Seu amor por nós.
terça-feira, 27 de abril de 2010
A Verdadeira Chama Divina
sobre pregação do Pr. Caio Fábio.
Levítico 10:1-3
O que é válido diante de Deus de nosso culto e nossas ofertas?
Nós esquecemos o que realmente nos faz aceitáveis diante d´Ele. Hoje há uma crença disseminada na igreja que qualquer coisa que apresentemos como produto de nossos esforços “sinceros” e de “coração limpo” à Deus com um recheio de “Jesus”, Ele é obrigado à aceitar por causa de Sua bondade e misericórdia.
A Palavra mostra claramente que não é assim que as coisas funcionam no âmbito espiritual. Tendemos a repetir em nosso relacionamento com Deus os mesmos parâmetros que utilizamos em nossas relações pessoais e com as coisas deste mundo.
Lendo com cuidado o trecho bíblico em evidência, vemos que a história começa antes, no capítulo 9 onde Deus através de Moisés orienta como proceder para que Sua Glória de manifestasse em meio à Israel. Ritos de arrependimento, perdão a ação de graças pela remissão dos pecados pessoais e coletivos.
Na história relatada na bíblia do relacionamento entre Deus e o homem, fica sempre patente a inadequação do segundo em relação ao primeiro em função do pecado. Igualmente o ardente desejo de Deus em aproximar-se de sua criação apesar de sua rebeldia. Entretanto a Santidade do Senhor é fogo consumidor: não há pecador que possa se aproximar d’Ele sem que o juízo de sua Santidade o consuma irremediavelmente.
Na antiga aliança os ritos eram necessários, dado o contexto histórico-relacional dentre o divino e a humanidade. Mas sempre foram lastreados na Graça Divina: a voluntariedade de Deus em escolher um pelo qual Suas orientações pudessem ser passadas para o povo; a concessão de, sobre tão frágeis ritos, Deus manifestar-se em meio ao povo; Sua promessa de prover o sacrifício perfeito no devido tempo; Suas advertências carregadas de amor à Israel em tempos de infidelidade à aliança.
Deus somente aceita de nossa parte, como oferta agradável à Si, aquilo que Ele mesmo nos entrega graciosamente!
Ofertar à Deus nossos esforços teológico-pessoais como oferta agradável à Ele é incorrer no mesmo erro de Nadabe e Abiú. Eles ofertaram FOGO ESTRANHO ao Senhor. Se estes tivessem se atido somente ao que o Senhor através de seu Pai Arão ordenara, a Glória de Deus ali manifesta seria Bem. Mas quando caíram na tentação de fazer algo por si mesmos, ofertando algo além daquilo que o Senhor ordenara, houve o entorpecimento da percepção de ambos e o bem transformou-se em juízo consumidor para eles.
O sacerdócio de Nadabe e Abiú está presente nas igrejas cristãs hoje em dia. Fomos instruídos desde o início de nossa jornada espiritual a apresentar FOGO ESTRANHO diante do Senhor, consignados nas nossas obras de sacrifício pessoal, em nome de “Jesus”. Fomos incentivados a acreditar que nossas bênçãos são fruto daquilo que pensamos ser para Deus a partir de nossas ofertas pessoais, quando a Palavra mostra que somos abençoados por aquilo que Deus representa para nós em nossas consciências.
Esse modelo de vida espiritual desconsidera a Graça, a Misericórdia e o Amor do Pai, substituindo-os pelas nossas presunções e percepções que invariavelmente são afetadas pelo nosso pecado essencial. Quando vamos entender, absorver, internalizar, nos conscientizar que só entramos na presença do Pai só porque Ele fez TODO trabalho!
Foi só porque o sangue de Jesus foi derramado na cruz, e a nossa fé em nos apropriar desse sacrifício perfeito com o Cordeiro ofertado em sacrifício pelo Pai para perdão de nossos pecados, que nos habilita a estar em Cristo assentados em lugares celestiais!
Esse é o FOGO que Deus aceita de nossas vidas como oferta de louvor à Ele!
O fogo do sacrifício do Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Daquele que foi sacrificado fora do templo e teve sua carne e ossos queimados fora do arraial, conforme Hebreus 13, determinando que quem acredita que as obras pessoais prevalecem, não tem parte na nova aliança. Que permite que Deus olhe para a humanidade e veja o espesso sangue de Seu filho cobrindo nossos pecados e nos tornando justificados pela fé nele.
A partir daí o Fogo de Deus não é mais para nossa extinção, mas para validação de nossa fé.
Entretanto hoje somos incitados a extrapolar a simplicidade da mensagem do Evangelho e da Graça divina para fazer prevalecer nossas obras sobre a Verdade. Somos levados pela síndrome da inovação a buscar fora da revelação divina, outras manifestações de espiritualidade. É a hora que entra em ação os mecanismos humanos da intuição, das profetadas e revelamentos, das teologias estapafúrdias.
É a hora em que o FOGO HUMANO/ESTRANHO se confunde com o FOGO DIVINO nas manifestações carismáticas de poder espiritual. Vivemos uma época onde o pentecostes é perseguido como sinal de autenticidade da caminhada espiritual de pessoas e grupos.
Sinais e manifestações de poder sobrenatural só têm validade se antes forem passados pelo Sangue do Cordeiro em nosso relacionamento pessoal com Ele.
O FOGO DE DEUS só chega em nossas vidas como validação, quando passamos pelos “ritos”da Graça: consciência de pecado, arrependimento, reconhecimento da soberania divina, aceitação do perdão, submissão aos designios divinos e alegria pela relação com Deus.
Essa é a mensagem do Evangelho. Essa é a mensagem da Cruz. Tudo isso foi substituído por palestras motivacionais, programação neurolingüística, poder de querer, a força da fé, empreendedorismo, prosperidade, os novos ídolos do cristão. Jesus e sua obra se reduzem a um validador místico do naipe de uma fada-madrinha, gênio da lâmpada ou ainda a um Xamã.
Poder do Espírito Santo, fogo divino por excelência, nesse contexto só para “perseguir e pisar no inimigo”, “ter estratégias ‘sobrenaturais’ para ser próspero” ou para obter a “vitória total”. Não se fala mais no Cordeiro de Deus, oferta pela culpa, do apaziguamento da alma pela Graça de Deus, da vida abundante em Cristo, da festa pela reconciliação, da fé no sangue vertido na cruz por Jesus para perdão dos pecados.
Isso hoje é conto infantil. A moda entre os “crentes” é sair como caçadores em busca de métodos de como acender o FOGO HUMANO/ESTRANHO. Um dia em uma igreja, na semana seguinte em outra para “aprender” como acender o pavio de algo que nem sabe de que origem é, e assim por diante. Não há sossego de alma. Não há tempo de fechar a porta do quarto e entregar-se sinceramente diante do Pai, de onde vem o FOGO DIVINO.
O PENTECOSTES SÓ VEM DEPOIS DO CALVÁRIO!
Só há um fogo (oferta, culto) que o Senhor aceita de nós: aquele que Ele mesmo nos deu por meio de Cristo Jesus. Que é FOGO DIVINO, validador de nossa caminhada em fé e em pacificação de mente e coração em Deus; testemunho vivo em nós de que a Sua Palavra é a Verdade!
PORQUE:
- sangue inocente foi derramado para perdão de nossos pecados;
- estamos cientes de nossa absoluta e humanamente irremediável inadequação diante de Deus;
- somos alvo da total Graça divina em nos tornar justificados perante Sua presença;
Que aprendamos a discernir o fogo que ofertamos ao Senhor em nossas vidas.
Paz.
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