Fiquei muito curioso, e resolvi abordar o portador do referido livro:
"Moço! Sua bíblia está faltando a parte principal. A parte que fala da história de Cristo".
Fiquei pasmo e estático com o sermão que ele me pregou como resposta, o qual, passo a relatar aqui na íntegra:
Se em minha igreja, através de sacrifícios, eu me relaciono diretamente com Deus, para que Cristo afinal?
Se eu tenho o “Manto Sagrado da Prosperidade” para tocar, e tal qual uma vara de condão, adquirir tudo de “bom” que existe na terra, além de transformar o meu saldo bancário de devedor em credor, para que Cristo afinal?
Se eu tenho comigo o exército dos “Trezentos e dezoito”, que pelejam por mim, para que Cristo afinal?
Se eu tenho a “Escada do Sucesso” para escalar e alcançar os píncaros da prosperidade financeira, para que Cristo afinal?
Se eu tenho o “cajado de Moisés” para me fazer atravessar os “mares vermelhos” da vida, para que Cristo afinal?
Se eu tenho a “água do Rio Jordão” para curar sarnas, lepras, psoríases e outras dermatoses de origem demoníaca, para que Cristo afinal?
Se eu tenho o “Óleo do Jardim das Oliveiras” para curar as minhas cefaléias e depressões, para que Cristo afinal?
Se eu tenho a “Rosa Ungida” para me trazer a paz de espírito, para que Cristo afinal?
Se eu tenho a água do “Mar da Galiléia” para usar como colírio, a fim de tirar a concupiscência dos olhos, para que Cristo afinal?
Se eu tenho semanalmente a “Sessão do Descarrego”, que me limpa de todo o pecado, para que Cristo afinal?
Se eu tenho, com uma simples contribuição monetária - o direito de participar da “Fogueira Santa de Israel” e receber instantaneamente tudo que almejar, para que Cristo afinal?
Se eu tenho a qualquer hora, quem tire os meus “encostos” que atrapalham a minha vida familiar, para que Cristo afinal?
Depois de expôr o seu rosário de práticas, evidenciando a desnecessidade de recorrer a Cristo, o moço desapareceu subitamente de minha visão. Fiquei então a matutar com os meus botões.
Foi à partir desse encontro emblemático, que eu pude entender a razão pela qual, na visão daquele jovem, tudo tinha que ser pago: “é que ele realmente não conhecia ainda as ‘Boas Novas’ do Evangelho, onde tudo é de graça, por graça e pela graça”.
Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência, pois eu juro que tudo que ouvi do personagem inventado, é a mais pura verdade.
Levi Bronzeado
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