No que creio e tento viver.

Entendo que a verdadeira rendenção espiritual não tem entre os seus agraciados aquelas pessoas que posam de santas e moralmente irrepreensíveis, tampouco aquelas que investem a sua vida em defender a doutrina melhor fundamentada em escritos ancestrais... vejo que ela é alcançada pelo pecador arrependido que, por assim se reconhecer e ciente de sua limitação, ousa não mais negociar com Deus o Seu favor mediante seus esforços pessoais mas, em um passo de fé, acredita na bondade intrínseca de seu Ser e nos méritos do Cristo crucificado e ressurreto respondendo à essa fé com uma nova postura, voltada à Deus e ao próximo sem fanatismos, dando assim sabor à sua vida e a dos que estão à seu redor neste mundo. E tudo isso é possível exclusivamente pela Graça de Deus, fruto de Seu amor por nós.

terça-feira, 24 de março de 2009

Precisa o evangelho de estratégias ?

"... E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo."
Evangelho de João 12:32

O próprio Senhor Jesus afirma que, quando fosse levantado, atrairia todos para Sí. No sentido espiritual, Seu "levantamento" foi sua ressurreição. Com a crucificação, o sinal de maldição na lei hebraica (Deuteronômio 21:23) converte-se no sinal de pacificação voluntária de Deus para com os homens. Paulo afirma gloriar-se naquela cruz (Gálatas 6:14) afirmando ser ela, loucura para os homens (1 Coríntios 1:23).

A triste e amarga realidade é que a igreja evangélica de hoje descobriu que essa mensagem de vida que necessita da morbidez de um Deus encravado em uma cruz é muito pouco atraente, mesmo que seu fim seja a ressurreição da vida. Entrou no jogo do marketing: maquiaram a mensagem do evangelho para que atenda aos desejos do ser humano caído -esses sim, de sinais de morbidez inigualável- travestidos como movimentos de “evangelização” ou de “avivamento”.

Até há pouco tempo, cerca de 30 ou 40 anos atrás, falar em morte expiatória era um conceito assimilado facilmente, pois a maioria dos moradores das grandes cidades eram oriundos da “roça”, onde a crueza da vida era encarada com mais serenidade e sem o desejo manipulador que domina a presente geração. A melhoria geral das condições de vida nessas cinco últimas décadas acabaram por criar uma geração inteira de pessoas frágeis, egoístas e manipuladoras.

Esse evangelho maquiado atende a essas características da atual geração: fragilizados, precisam de gurus para orientar suas vidas, livrando-os do encargo de pensar, avaliar e decidir sobre qual rumo tomar na vida, com o agravante de funcionar como um salvo-conduto: se algo der errado pode-se jogar a culpa no pastor-de-santo e procurar outro xamã para entregar a direção de suas vidas; egoístas, exercem esse aspecto mesquinho de sua (má) formação de caráter nos comportamentos alienados do tipo Lei de Gérson (o negócio é levar vantagem em tudo, certo ?) sem atinar que seus atos tem conseqüências sobre sua própria vida e a de outros, posto que não desenvolvem a capacidade de decidir; manipuladoras, pois para conseguir o que querem, atropelam a ética e transformam o que poderia ser um rico caminho de aprendizado pessoal no alcance de seu objetivo em um processo truncado e freqüentemente questionável em seus méritos.

Só um evangelho que não é o de Cristo, que precisa de estratégias para atrair ouvintes para seu produto como uma ação promocional, corriqueiros de serem realizados em pontos-de-venda. O evangelho de Cristo basta por si só: a única estratégia e levantá-lO, ressurreto em nossas vidas. Elas, nossas vidas, são a única vitrine onde Cristo pode ser exposto. Isso é ser testemunha, conforme Atos 1:8 :“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Nosso testemunho é a única estratégia divina. O resto é elaboração humana que pensa conseguir discernir a Verdade, transformando-a em produto de consumo.

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